Divisão de Controle das Endemias de Ji Paraná Ro http://dcejipa.blogspot.com.br/
Atribuições
Agentes de Campo
Na organização das ações, o agente de campo é o responsável direto pela execução de todas as
atividades em campo de vigilância e controle do Aedes aegypti, independentemente da situação do
município. Ele tem como função primordial detectar focos precocemente, eliminar potenciais criadouros
e orientar a comunidade por meio de ações educativas. Suas atribuições na vigilância no controle dos
vetores são:
inspeção em Armadilhas (ARM) e Pontos Estratégicos (PE) nos municípios, com pesquisa larvária
para identificação de focos;
pesquisa larvária em imóveis nas atividades de Delimitação de Foco (DF), Levantamento de Índice e
Tratamento (LI+T) e Levantamento Rápido de Índice (LIRAa) ou Levantamento de Índice Amostral (LIA);
eliminação de criadouros, tendo como método de primeira escolha o controle mecânico (remoção,
destruição, vedação, etc.);
tratamento e eliminação de depósitos nos imóveis em áreas de foco ou infestadas;
execução do tratamento focal e perifocal como medida complementar ao controle mecânico,
aplicando inseticidas autorizados, conforme orientação técnica;
direcionamento à população sobre as formas de evitar a proliferação dos vetores;
utilização correta dos equipamentos de proteção individual indicados para cada situação;
repasse ao supervisor da área dos problemas de maior grau de complexidade e daqueles não solucionados;
atualização do cadastro de imóveis, das armadilhas e dos pontos estratégicos de sua área de
trabalho, além do Reconhecimento Geográfico (RG);
registro correto das as informações referentes às atividades executadas nos formulários específicos;
atualização de seu itinerário de trabalho (Anexo 2) junto à coordenação do programa.
Supervisor de campo
É o responsável pelo trabalho realizado pelos agentes de campo, sob sua orientação. É também
o elemento de ligação entre os seus agentes, o supervisor geral e a coordenação dos trabalhos de
campo. Suas principais atribuições:
acompanhamento da execução dos programas tendo em vista não só a produção, mas também a
qualidade do trabalho;
organização e distribuição dos agentes, dentro da área de trabalho, acompanhando o cumprimento
de itinerários;
verificação do estado dos equipamentos, assim como da disponibilidade de insumos;
capacitação do pessoal sob sua responsabilidade, de acordo com estas instruções, principalmente
quanto:
• à técnica de pesquisa larvária em pontos estratégicos, armadilhas e imóveis;
• ao acompanhamento do fluxo de formulários e preenchimento correto de boletins;
• ao tratamento (focal e perifocal);
• ao manejo e à manutenção dos equipamentos de aspersão;
• às noções sobre inseticidas, sua correta manipulação e dosagem;
• à orientação sobre o uso dos equipamentos de proteção individual (EPI).
trabalho em parceria com associações de bairros, escolas, unidades de saúde, igrejas, centros
comunitários, lideranças sociais, clubes de serviços, etc. que estejam localizados em sua área de trabalho; avaliação periódica, tanto com os agentes de campo quanto com o supervisor geral, das atividades
em relação ao cumprimento de metas à qualidade das ações empregadas.
É, ainda, função do supervisor de campo a solução de possíveis recusas, em auxílio aos agentes de
campo, objetivando reduzir pendências, cabendo-lhe manter atualizados os mapas e o reconhecimento
geográfico de sua área. Tal como os agentes de campo, o supervisor também deve fornecer seu itinerário
à supervisão geral e à coordenação do programa.
Supervisor Geral
O supervisor geral é o servidor de campo ao qual se atribui maior responsabilidade na execução
das atividades. É o responsável por planejar, acompanhar, supervisionar e avaliar as atividades
operacionais de campo. Suas atividades exigem não só o integral conhecimento de todos os recursos
técnicos empregados na vigilância no controle do Aedes aegypti, mas também capacidade de discernimento
na solução de situações não previstas e, muitas vezes, emergenciais. São funções do supervisor geral:
participar do planejamento das atividades para a vigilância e o controle do vetor;
elaborar, junto com os supervisores de área, o programa de supervisão das localidades sob sua
responsabilidade;
supervisionar e acompanhar as atividades desenvolvidas nas áreas;
manter a coordenação do programa informada sobre as atividades desenvolvidas;
fornecer suporte para suprir as necessidades de insumos, equipamentos e instrumentais de campo;
participar da organização e execução de treinamentos e reciclagens do pessoal de campo;
avaliar, junto com os supervisores de área e o coordenador do programa, o desenvolvimento das
atividades nas suas áreas, com relação ao cumprimento de metas e qualidade das ações empregadas;
participar das avaliações dos resultados do programa no município;
trabalhar em parceria com entidades que possam contribuir com as atividades de campo nas suas
áreas de trabalho;
implementar e coordenar ações que possam solucionar situações não previstas ou consideradas
de emergência.
Coordenador
As principais atribuições do profissional responsável por organizar, gerenciar, conduzir e
acompanhar as ações do programa de controle da dengue são:
acompanhar e analisar os indicadores entomológicos e epidemiológicos, utilizando-os para
subsidiar a tomada de decisão;
supervisionar a alimentação dos dados epidemiológicos e entomológicos, preparando relatórios
sobre a situação do município;
gerenciar as diferentes logísticas envolvidas no controle do Aedes aegypti;
promover reuniões periódicas com supervisores gerais, supervisores de campo e demais parceiros
do trabalho, no âmbito institucional e junto à comunidade;
acompanhar o andamento e a conclusão dos trabalhos;
acompanhar o andamento das atividades, buscando alternativas de solução para a redução ou
superação dos problemas identificados, promovendo parcerias (governamentais e não governamentais);
gerenciar os estoques municipais de inseticidas e larvicidas;
promover a compra das vestimentas e equipamentos necessários à rotina de controle vetorial;
adquirir os equipamentos de proteção individual (EPI) recomendados para a aplicação de inseticidas
e larvicidas nas ações de rotina;
gerenciar a realização periódica dos exames de colinesterase.
Material de Campo
De acordo com suas funções, e quando o exercício delas o exigir, os agentes de campo e
supervisores devem levar consigo os seguintes materiais:
1 bolsa para acondicionar o material de campo;
1 bacia plástica pequena (de cor clara ou transparente);
1 litro de álcool 70% para remessa de larvas ao laboratório;
1 pacote de algodão;
mapas das áreas a serem trabalhadas no dia;
1 lápis;
1 apontador;
1 caneta;
1 borracha;
1 compasso (supervisor);
1 calculadora;
1 tubo de cola;
2 pesca-larvas de nylon de cores diferentes (preto e branco), sendo um para coletar amostras de
água potável e outro para água suja;
2 sacos plásticos para guardar o pesca-larvas;
1 escova pequena;
1 flanela;
1 fita métrica;
1 lanterna em boas condições, com pilhas;
1 prancheta;
3 pipetas tipo conta-gotas;
1 pipetão;
20 metros de barbante;
1 concha;
tubitos em quantidade suficiente para acondicionamento de larvas;
formulários para registro de dados, em quantidade suficiente para um dia de trabalho;
inseticida, em quantidade suficiente para o trabalho de um dia;
manual de instruções;
1 pasta com elástico para guardar papéis;
1 protetor solar;
1 repelente.
Todos os profissionais devem utilizar uniformes e identificação para o trabalho de campo, conforme
modelo adotado pelo município. Os agentes devem portar um relógio de sua propriedade, para registrar
no formulário os horários das visitas domiciliares. Para facilitar sua localização durante o trabalho, o
servidor de campo deve manter seu itinerário atualizado.
Técnica de Visita Domiciliar
A visita domiciliar é realizada nas atividades de Delimitação de Foco (DF), Levantamento de Índice
com Tratamento (LI+T), Tratamento (T), Pesquisa Vetorial Especial (PVE), Bloqueio de Transmissão
(BT), Revisão de Área (RA), Investigação de Denúncia (ID) e Levantamento Rápido de índice (LIRAa)/
Levantamento de índice Amostral (LIA). Os objetivos dessa atividade são: identificar recipientes para
a proliferação do Aedes aegypti, orientar a população sobre os cuidados a serem tomados para evitar
o desenvolvimento do mosquito, eliminar recipientes inservíveis e tratar daqueles que não podem ser
eliminados.
A seguir, descrevemos os passos a serem seguidos pelo agente numa visita domiciliar:
1. preencher o Boletim de Campo FAD1 corretamente (cabeçalho e endereço);
2. identificar-se (com uniforme e identificação oficial da instituição) ao proprietário, descrevendo o
motivo do trabalho que será realizado naquele local;
3. pedir permissão ao proprietário ou responsável e convidá-lo para acompanhar a visita;
4. proceder a visita na área externa. Como sugestão, quando possível, percorrer a área da direita para
a esquerda (sentido horário);
5. proceder a visita em todos os cômodos internos, sempre acompanhado por um responsável, seguindo
o mesmo fluxo ilustrado na Figura 11;
6. orientar o responsável, durante toda a visita, quanto à prevenção e ação frente a possíveis criadouros
encontrados;
7. ao concluir a visita, finalizar o preenchimento do Boletim de Campo;
8. preencher a ficha de visita com nome (legível), data, atividade e horário de saída, solicitando que o
responsável guarde-a em local seguro, para que nela possa ser registrada a próxima visita, bem como
para uso em supervisão.
Observação
As visitas domiciliares jamais podem ser realizadas quando não houver um responsável maior
de idade. Para que as orientações sejam efetivas e para a segurança do agente, esse responsável
deve sempre acompanhar a visita, em todos os cômodos. O agente de campo deve sempre informar o
número de telefone da Secretaria Municipal de Saúde ou da Coordenação do Programa Municipal de
Controle da Dengue para que o morador possa entrar em contato quando desejar.
Durante a visita, também deverão ser identificados, inspecionados e tratados (se indicado) todos
os recipientes suspensos e de difícil acesso (calhas, caixas d’água, edifícios em construção, grandes
ferros-velhos, entre outros). Porém, considerando a necessidade de equipamentos especiais para
acesso a tais locais, faz-se necessário, nesses casos, que o trabalho seja feito por equipes especiais,
de preferência motorizadas e equipadas com escadas, cordas, equipamentos de segurança (conforme
definido na NR 35), além do material de rotina do agente.
Destaca-se que, numa área com a presença do vetor, não deve haver pendências de imóveis e
depósitos.
Os itinerários das equipes de difícil acesso serão feitos pelos supervisores. Essas equipes só devem
atuar quando o trabalho realmente não puder ser feito pelos agentes de campo, na rotina.
Depósitos (Recipientes)
Todos os recipientes que contenham água deverão ser cuidadosamente inspecionados, pois
qualquer um poderá servir como criadouro ou foco de mosquitos. Os reservatórios de água para o
consumo deverão ser mantidos tampados e vedados. Os depósitos vazios que possam conter água
devem ser mantidos secos, tampados ou protegidos da chuva e, se inservíveis, eliminados pelos
moradores com orientação do agente. O agente de campo recomendará ao responsável manter o
imóvel e os quintais limpos, evitando, dessa forma, a proliferação de mosquitos. A classificação dos
depósitos e as ações indicadas sobre criadouros do Aedes aegypti podem ser visualizados no Quadro 3.
É fundamental que os conceitos abaixo sejam compreendidos, pois serão importantes no
preenchimento dos boletins de campo.
Depósito Inspecionado
É todo depósito com água, examinado pelo agente de campo com o auxílio de algum material da
bolsa de campo (bacia plástica, fonte de luz, pesca-larva, pipeta, concha etc).
Depósito Tratado
É aquele onde foi aplicado inseticida (larvicida ou adulticida).
Depósito Eliminado
É aquele que foi destruído ou inutilizado como criadouro de mosquito.