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segunda-feira, 25 de março de 2013

Como o Brasil enfrenta a dengue

Doenças e tratamentos


Como o Brasil enfrenta a dengue
Uma das principais ações brasileiras no combate à dengue surgiu em 1996, com a criação do Programa de Erradicação do Aedes aegypti (PEAa), comandada pelo Ministério da Saúde. Ao longo da implantação, estudos revelaram que seria inviável eliminar o mosquito do ambiente em curto prazo. Mesmo assim, o PEAa foi bem sucedido ao unir a atuação de vários setores e prever um modelo descentralizado de combate à doença, com a participação das três esferas de governo: Federal, Estadual e Municipal. 
Em 2002, após grave epidemia do vírus DENV-3 (dengue do tipo 3), o governo lança o Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), que contou com diversas mudanças em relação aos modelos anteriores, como elaboração de ações permanentes para execução em longo prazo, desenvolvimento de campanhas de informação e mobilização social para eliminar criadouros do mosquito dentro de casa. 
Só no primeiro semestre de 2004, o Programa Nacional de Controle da Dengue contribuiu para a redução de 73,3% dos casos da doença, em relação ao mesmo período do ano anterior. 
Naquele período, entre as novidades implementadas estão o fortalecimento da vigilância epidemiológica (da doença) e entomológica (do mosquito) para detectar antecipadamente surtos da doença em determinadas regiões, a integração das ações de controle da dengue na Atenção Básica, com a mobilização do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) e do Programa Saúde da Família (PSF), além do desenvolvimento de instrumentos mais eficazes de acompanhamento e supervisão das ações desenvolvidas pelo Ministério da Saúde.
O sucesso dessas políticas públicas resultou nas Diretrizes Nacionais para Prevenção e Controle de Epidemias de Dengue, formuladas em 2009 pelo Ministério da Saúde em parceria com os Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais (CONASS) e Municipais (CONASEMS) de Saúde. O objetivo é fornecer parâmetros para que os planos de prevenção sigam a mesma lógica de organização em todo o País. O material contempla, por exemplo, as responsabilidades de cada esfera do Sistema Único de Saúde (SUS), ou seja, o que cabe ao Ministério da Saúde, estados e municípios no gerenciamento das ações de controle da dengue.

Mapa da dengue

Para mapear os locais exatos que registram altos índices de infestação do mosquito transmissor da dengue, o governo criou em 2003 o Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa).
Compilado pelas Secretarias Municipais de Saúde, o levantamento ocorre até três vezes ao ano, nos meses de janeiro, março e outubro. Funciona assim: Agentes de Combate a Endemias (ACEs) visitam milhares de imóveis de bairros espalhados pelas cidades. Lá, as equipes identificam as áreas com maior proporção ou ocorrência de focos do mosquito e os criadouros predominantes. 
O grupo repassa as informações ao Ministério da Saúde, que intensifica as ações específicas de combate à dengue nos locais com maior presença do mosquito, como, por exemplo, os mutirões e vistorias.
Para complementar essa ferramenta, em 2010 o Ministério da Saúde lança o Risco Dengue, para avaliar o risco de epidemias nos estados e municípios brasileiros. São utilizados cinco critérios básicos: três no setor Saúde (incidência de casos nos anos anteriores; índices de infestação pelo mosquito Aedes aegypti e tipos de vírus da dengue em circulação), um ambiental (cobertura de abastecimento de água e coleta de lixo) e um demográfico (densidade populacional). 

Inseticidas

Outra medida governamental para combater a dengue é o uso de larvicidas e inseticidas, distribuídos pela Secretaria de Vigilância Sanitária (SVS) e indicados por um grupo de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Os larvicidas servem para matar as larvas do mosquito. Apresentados em pó ou de forma granulada, que os agentes colocam em ralos, caixas d'água, ou seja, locais onde há água parada que não pode ser eliminada. Os inseticidas são líquidos espalhados pelas máquinas de nebulização ou carro fumacê que matam os insetos adultos enquanto estão voando, normalmente pela manhã e à tarde, já que o Aedes aegypti tem hábitos diurnos. 
O fumacê não é aplicado indiscriminadamente: é utilizado somente quando existe a transmissão da doença em surtos ou epidemias. Ou seja, é um recurso extremo, já que é utilizada em um momento de alta transmissão, quando as ações preventivas de combate à dengue falharam.
Algumas vezes, os mosquitos e larvas desenvolvem resistência aos produtos. Sempre que isso é detectado, o produto é imediatamente substituído por outrohttp://www.brasil.gov.br/sobre/saude/doencas-e-tratamentos/dengue

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