Diretora da Vigilância Epidemiológica avisa que há o risco de novos casos e pede que a população ajude a evitar a proliferação do mosquito transmissor
Não são sintomas muito complexos. Mas também não indicavam uma doença de fácil diagnóstico. Febre, manchas na pele e fortes dores nas articulações atormentaram o analista de sistemas Daniel Bispo, 33 anos, que levou pouco mais de um mês para descobrir o que havia de errado. Ele estava com a febre Chikungunya — enfermidade parecida com a dengue — e se transformou no primeiro caso da doença contraída no Distrito Federal este ano.
Em entrevista por telefone ao Correio, Daniel, morador do Guará II, conta como o nome estranho da doença assusta muito menos do que a saga até descobrir o diagnóstico. “Em meados de dezembro, cheguei me consultar com sete médicos e todos diziam que se tratava de uma virose, mais nada.”
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Inconformado com a falta de respostas e preocupado com o agravamento dos sintomas, ele decidiu procurar uma infectologista. Foi a partir daí que as primeiras pistas começaram a ser desvendadas. “A médica me pediu para fazer exame de chikungunya no laboratório.”
A resposta chegou apenas na última segunda-feira, por meio de um telefonema de um agente de saúde, que, antes, emendou perguntas sobre o estado de saúde do rapaz e os locais visitados por ele nos últimos meses. “Respondi que costumo ficar apenas no Guará. Acredito que fui picado pelo mosquito aqui mesmo.” O fato de Daniel não ter viajado nos últimos meses, fez a Secretaria de Saúde do DF concluir que a doença foi realmente contraída em Brasília.
Em entrevista por telefone ao Correio, Daniel, morador do Guará II, conta como o nome estranho da doença assusta muito menos do que a saga até descobrir o diagnóstico. “Em meados de dezembro, cheguei me consultar com sete médicos e todos diziam que se tratava de uma virose, mais nada.”
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Inconformado com a falta de respostas e preocupado com o agravamento dos sintomas, ele decidiu procurar uma infectologista. Foi a partir daí que as primeiras pistas começaram a ser desvendadas. “A médica me pediu para fazer exame de chikungunya no laboratório.”
A resposta chegou apenas na última segunda-feira, por meio de um telefonema de um agente de saúde, que, antes, emendou perguntas sobre o estado de saúde do rapaz e os locais visitados por ele nos últimos meses. “Respondi que costumo ficar apenas no Guará. Acredito que fui picado pelo mosquito aqui mesmo.” O fato de Daniel não ter viajado nos últimos meses, fez a Secretaria de Saúde do DF concluir que a doença foi realmente contraída em Brasília.
Com o caso confirmado, Carlos Augusto Tavares, síndico do condomínio onde Daniel mora, tomou a iniciativa de espalhar nos elevadores e áreas comuns avisos sobre como prevenir a doença. Um profissional da Secretaria de Saúde foi até o local ontem para constatar se havia focos do mosquito e, de acordo com o síndico, nada foi encontrado. “Amanhã (hoje), receberemos o esquadrão anti-dengue, que vai pulverizar veneno em todo o prédio. A nossa intenção é conscientizar os moradores para que não ocorram novos casos”, explicou.
Não há um medicamento específico para o tratamento da doença. Somente os sintomas são combatidos. “Assim como na dengue, o infectado não deve consumir nenhum medicamento à base de ácido acetilsalicílico”, alertou a diretora da Vigilância Epidemiológica (Divep), Lígia Paixão. “Ainda sinto dores nas articulações. Cheguei a sentir incômodo em dedo que quebrei há três anos”, disse Bispo.
O Ministério da Saúde esclarece que não há a necessidade de isolar o paciente e que a recuperação é aguardada para aproximadamente 10 dias após o início do tratamento dos sintomas, como uma gripe.
A diretora da Vigilância Epidemiológica, Lígia Paixão, admite que há o risco de novos casos no Distrito Federal. “Essa doença chegou aqui em 2014. Ela só ocorria no Caribe, mas alguém trouxe e contaminou o mosquito, que é o mesmo da dengue. Então se o mosquito existe, as pessoas estão suscetíveis a contrair a doença.”
Lígia ressaltou ainda que forma de evitar a chikungunya é impedir a proliferação do mosquito. “Na Bahia e no Norte do país, os casos aumentaram. Como estamos em período de férias e as pessoas circulam muito, já esperávamos os novos casos no DF”, concluiu.
Como prevenir
Ainda não existe uma vacina que imuniza a contração da febre chikungunya. Por isso, e também pelo próprio modo como a transmissão ocorre, a Secretaria de Saúde do DF tem uma lista de medidas básicas de prevenção. Entre as principais orientações estão:
- Remover folhas, galhos e tudo que possa acumular água;
- Verificar se a caixa d´água está fechada adequadamente;
- Entregar pneus velhos ao SLU ou guardá-los sem água em local;
- Verificar se as garrafas estão guardadas de cabeça para baixo;
- Esvaziar os pratos dos vasos de plantas e escová-los com água e sabão, pois os ovos depositados em recipientes; podem sobreviver, mesmo em condições desfavoráveis, por até 450 dias.
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