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As ações realizadas pela equipe da Divisão de Controle de Endemias nos bairros com maior índice de infestação predial reduziram os casos de dengue em 80% em Ji-Paraná. A aplicação do fumacê em quintais, cujo Levantamento do Índice Rápido (Lira) apresentava presença do vetor ou famílias que contraíram a doença está a associado à queda e as internações no Hospital Municipal. Os sintomas ainda são confundidos com a virose, que tem características semelhantes à dengue.
Se de um lado as ações correspondem a 30% dos trabalhos dos agentes de saúde, em média 70% compete à população, que precisa investir em medidas preventivas para evitar o surgimento de novos focos.
“Quando a população não cumpre o dever de casa, a tendência é de crescimento nos focos do mosquito. A responsabilidade tem que ser coletiva, em nada vai adiantar eu cuidar do meu quintal, se meu vizinho for negligente”, desabafou Edwirge Vilhena, secretária.
Outro fator que pesa contra as ações da Divisão de Controle de Endemias são os terrenos baldios, utilizados como depósito de lixo e entulho, que se transformam em criadouros potenciais do mosquito, pela quantidade de vasilhames e recipientes, que acumulam água. A negligência é muito frequente.
“Lamentavelmente temos terrenos baldios no centro da cidade, aliás em todos os cantos, e acredito que só a partir do momento que essas pessoas sentirem no bolso é que as providências serão tomadas. Até porque isso é caso de saúde pública”, denunciou Derlei Gonçalves, autônomo.
TRABALHO CONJUNTO
A varredura da equipe de saúde acontece todos os dias, com visita há mais de 50 mil imóveis, fumacê nos quintais e recolhimento de entulhos. “As nossas ações só alcançam êxito na totalidade com envolvimento da população. De janeiro para cá, mudamos nossas atividades concernentes ao fumacê, o resultado foi muito satisfatório, com bloqueio nos quintais. Prova maior foi a queda nos casos de dengue, em Ji-Paraná”, disse Oséias Duarte, diretor da Divisão de Controle de Endemias
Com base nos dados do Ministério da Saúde, 65% dos focos do mosquito estão no lixo doméstico e 95% nas residências.
O principal ponto para diferenciar uma da outra, é que a dengue apresenta febre por mais de três dias, além de dor atrás dos olhos, dor muscular e nas articulações. Apesar da precaução, os médicos recomendam esperar ao menos 48 horas após a aparição dos primeiros sintomas para procurar atendimento.
O motivo é que algumas viroses melhoram nesse período com alteração do quadro clínico do paciente. Eles advertem ainda, que outros sintomas como dor de garganta, coriza, tosse seca e espirros não estão presentes nos casos de dengue.
[Wilson Neves - Diário da Amazônia]